“A primeira hora da manhã é o leme do dia”.
(Harriet Beecher-Stowe)
A cada manhã, um novo dia
nos chega, embalado em papel
de presente.
A cada manhã, a vida se renova
como uma dádiva.
A cada manhã, uma noite
reconhece sua derrota e a vitória
nos alcança, talvez sem que
tenhamos lutado.
A cada manhã, uma ponte é posta
diante de nós para ser atravessada,
porque do outro lado há ainda
outros sonhos.
A cada manhã, mesmo que não
vejamos o sol, sabemos que ele está
seguindo o seu caminho e nos convida
a trilhar o nosso.
Cada manhã tem uma história para
contar sobre uma noite, cheia de tédio
e agonia ou plena de paz e alegria.
Não podemos achar que todas as pessoas
tiveram a mesma noite que tivemos, mas
todos podemos ter o dia que precisamos,
começando a cada manhã.
Cada manhã tem uma agenda a ser
preenchida, se não o foi na véspera: uma
canção a ser erguida, uma casa a ser varrida,
uma cidade a ser conhecida, uma comida a
ser cozida, uma coragem a ser esgrimida,
uma distância a ser percorrida, uma esperança
a ser crida, uma luta a ser combatida, uma meta
a ser batida, uma necessidade próxima a ser
atendida, uma obra a ser lida ou redigida, uma
oração a ser dirigida, uma palavra amiga
a ser docemente proferida, uma peça de teatro
a ser aplaudida, uma providência necessária
para o corpo a ser ouvida, uma semente a ser
distribuída, uma tarefa —
agradável ou desagradável — a ser cumprida,
uma tragédia a ser esquecida, uma tela a ser
colorida, uma viagem a ser curtida.
Uma manhã vem e daqui a pouco vai.
Alegres, poderemos fazer de cada uma
de suas horas uma experiência bem-querida.
Atentos, para cada experiência do dia
poderemos olhar como uma história
muito bem vivida.
Israel B. Azevedo